vestido azul: outubro 2011

Para refletir:

"Eu não me envergonho de corrigir meus erros e mudar as
minhas opiniões, porque não me envergonho de raciocinar e aprender."
(Alexandre Herculano)

Prazer de Ler e Ouvir:

Causo Mineiro

(Quem entender esta mensagem é um verdadeiro mineiro!)

Sapassado, era Sessetembro, taveu

na cuzinha tomado uma pincumel

e cuzinhando um kidicarne

cumastumate pra fazer uma

macarronada cum galinhassada.

Quascaí de susto quanduvi um barui

vinde denduforno parecenum tidiguerra.

A receita mandopô midipipoca denda galinha prassá. O Forno isquentô, o mistorô e o fiofó da galinhispludiu!

Nossinhora! Fiquei branco quinein um lidileite.Foi um trem doidimais! Quascaí dendapia! Fiquei sensabê doncovim, noncotô, proncovô. Ópcevê quilocura! Grazadeus ninguem semaxucô!

(Linguagem Popular)

Tema: Variantes lingüísticas

Pergunta-desafio: Existe somente uma forma de se expressar “corretamente”?

Variantes linguísticas

Vivemos em um país de dimensões continentais, em que pessoas falam a mesma língua, mas de formas diferentes.

Ø Observe:

Ø Dialeto Nordestino

Menino para de me aperrear (incomodar).

Ø Dialeto Gaúcho

Guri para de me incomodar

Ø Típica frase dita em carioquês

Meu Deush! É mêishmo? São muito boinsh!

Atividade 1

Variação regional - Vídeo:

O ator Nelson Freitas em sua fala mostra que uma mesma situação pode ser falada de diferentes formas, adaptando-se a cada região do Brasil. Assista o vídeo e responda em seu caderno:

a) Quantos sotaques foram interpretados pelo ator?

b) Um se mostrou melhor que o outro?

c) Quais expressões você não compreendeu?

d) No final do vídeo, o ator demonstra um tipo de preconceito que há em relação aos gaúchos. Qual seria esse preconceito?

Atividade 2

Assista e ouça a música “Oito anos”, interpretada por Adriana Calcanhoto:

Atividade 3

Compreendemos que o vocabulário de crianças de oito anos é bastante particular. Em seu discurso, estão presentes vários questionamentos sobre coisas do mundo e expressões desconhecidas. Baseado na letra da música, responda às seguintes questões em seu caderno:

a) Qual expressão é desconhecida pelas crianças de oito anos?

b) Como a criança deve ter tido contato com tal expressão?

c) Identifique o seu significado.

Variação histórica/etária

Há outros tipos de variação linguística.
Ex. Quando um avô conversa com um neto, ele adapta seu vocabulário. Imagine um senhor que use a expressão “É brasa, mora!” com seu netinho, bem mais jovem.
Ou um jovem que use a expressão “Sinistro!!!” com seu avô.
Ambas as expressões, apesar de terem o mesmo significado, foram criadas em diferentes épocas, o que traz um conflito entre gerações. Esse tipo de variação é chamado de variação histórica/etária.

Atividade 4

n Pensando nas diferentes formas de se expressar, pesquise entre seus pares, expressões linguísticas que mudaram ao longo do tempo (como no exemplo da conversa entre o avô e o neto), e anote em seu caderno, explicando seus significados.

Variantes linguísticas Variação social

n Será que há apenas esses dois tipos de variação, regional e histórica? A resposta é não. Há muitas outras variações linguísticas dentro da nossa língua.

n Temos, por exemplo, os chamados “jargões”, que são expressões utilizadas por determinados grupos de pessoas que compartilham do mesmo ambiente, profissional ou não. Nesse caso, estamos tratando da variação social.

Variação social

n Você já ouviu expressões como “Upar arquivos” e “Twittar”? O que elas significam? Elas são próprias do mundo da informática, por isso são exemplos de jargões.

n Leia o texto O Jargão, de Luis Fernando Verissimo.

O Jargão (ver texto)

Variação social

Outro tipo de variação social ocorre por conta do grau de educação da populaçãoOuça a música “Inútil”, do grupo Ultraje a Rigor.

n Percebemos na música construções linguísticas que não são comuns a pessoas mais instruídas na população. Com base em sua experiência como falante da língua portuguesa, responda em seu caderno:

n a) Quais construções são consideradas inadequadas segundo a gramática da língua portuguesa?

n b) Reescreva essas construções, adequando-as às regras da gramática.

n c) Segundo a letra da música, quem seriam os “inúteis”? Explique, destacando algum trecho.

n d) Podemos considerar a linguagem utilizada própria para uma música?

Atividade 6

Já que estamos tratando de variação social da linguagem, podemos também citar como os meios de comunicação agem para atingir diferentes camadas da população.

Veja as capas de jornal a seguir:

Levando em conta que o jornal custa R$ 0,50 e o jornal O Popular custa R$ 2,50, responda às seguintes questões em seu caderno:

a) Qual seria o público leitor do jornal Daqui?

b) E o público leitor do jornal O Popular?

c) Quais as diferenças entre os assuntos tratados nos dois jornais?

d) E quanto à linguagem utilizada em cada jornal, quais são as diferenças?

Variação estilística

Você usa a mesma roupa para praticar esportes e para ir ao shopping? Normalmente, não. O mesmo acontece com nossa linguagem nas diferentes situações em que vivemos no dia a dia.

Quando estamos entre amigos, em um ambiente familiar, utilizamos a linguagem informal. Já no trabalho ou em uma apresentação em sala de aula, cuidamos do nosso vocabulário, utilizando a linguagem formal.

Essa variação da linguagem por parte do mesmo indivíduo é chamada de variação estilística.

Leia trechos do discurso do ex-presidente Luiz Inácio Lula

O ex-presidente Lula fala com o povo como ninguém. É um mestre nisso. Veja parte seu de discurso, quando aconteceu a assinatura de ordens de serviço do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento). Trata da transposição do Rio São Francisco e se refere à greve de fome do bispo Luiz Cappio, que é contra a obra:

Trecho I

"Tem barulho? Tem. Tem greve de fome? Tem. Não tem problema, eu nasci na luta. Se as pessoas fazem greve, eu já fiz greve. Se as pessoas fazem greve de fome, eu já fiz, fiz por seis dias. (inaudível) Fiz seis dias de greve de fome e quando a lombriga maior estava comendo a menor, eu fiquei pedindo a Deus para alguém me mandar parar com a greve de fome, porque eu já não aguentava mais. A vontade que eu tinha de comer um taco de rapadura, um taco de carne-de-sol. "

Trecho II

O outro trecho é quando ele mandou a oposição tirar o “cavalinho da chuva”:

“ A oposição pensa que vai eleger o sucessor. Podem tirar o cavalinho da chuva, porque nós vamos fazer a sucessão para continuar governando este País. Podem tirar o cavalo da chuva. Ainda está muito longe… Eu vou visitar todos os estados brasileiros e os meus adversários vão dizer: ‘Está em campanha, está em campanha’. Eu não estou em campanha, porque não tem eleição para presidente. E, se tiver, eu não posso concorrer. Então, eu não estou em campanha. Agora, se eles acham que eu vou ficar lá em Brasília ouvindo discursos, eles podem fazer quantos discursos quiserem, que eu vou para a rua ouvir os discursos do povo, porque eu ganho muito mais com isso. ”

Atividade 7

Um presidente, em um discurso, normalmente utiliza uma linguagem formal, já que a transmissão por meios de comunicação exigiria tal formalidade. Porém, Lula ficou famoso por seus discursos utilizando a linguagem informal. Responda em seu caderno:

a) Por que Lula prefere utilizar esse tipo linguagem em seus discursos?

b) Conhecendo a sua trajetória política (eleição, reeleição e eleição de Dilma), ele alcançou seus objetivos ao utilizar tal linguagem?

c) Que tipo de preconceito Lula diz ter sofrido em sua trajetória política?

d) Qual seria o motivo da mudança de tratamento das pessoas que antes o chamavam de “anarfa” e agora riem de seus “erros gramaticais”?

Registro Reflexivo

Vimos, então, que nossa língua é rica e permite diversas variações, como as que vimos: regionais, históricas, sociais e estilísticas.
Retomando a pergunta-desafio:’ Existe somente uma forma de se expressar “corretamente”?, devemos nos lembrar de que não há uma ou outra forma de se expressar melhor do que outra. As pessoas, em cada lugar, em cada época, de acordo com suas necessidades, utilizam a linguagem necessária para se comunicarem.
Devemos, então, buscar a adaptação a essas diversas formas de expressão, para que possamos nos comunicar de maneira eficiente, sem qualquer tipo de preconceito. Por falar nisso, você tem algum tipo de preconceito linguístico? Traga essa reflexão escrita para a próxima aula.

Vem cá, professora preciso falar-te... Pode ser que estejas cansada... foram tantos os problemas desse dia! Foi penoso aturar o chefe! Foram longas as horas de trabalho! E pode ser que estejas preocupada...! São tantas as diferenças sociais! São tantos os problemas na familia! e grande a responsabilidade que lhe confiamos! Deves estar apressada...o trabalho fica tão longe! o ônibus esta atrasado! A fila já dobra a esquina! A gasolina tão cara! Talvez esteja mesmo angustiada...a vida anda tão difícil! O salário já chegou ao fim. Mas, apesar do cansaço da pressa e da angustia... eu insisto: preciso falar-te! Preciso que me escute. Trago recados de tanta gente. Houve alguém que praticou uma boa ação e manda dizer-te que foi porque teu exemplo convenceu.Outro que venceu na vida e manda dizer que foi porque tuas lições permaneceram. Um outro que superou a dor disse que foi a lembrança de tua coragem que o ajudou... E toda a gente desta cidade, Estado e Pátria manda dizer que es importante, que sua presença na educação é fundamental... Você tem nas mãos a grande arma... SEUS ALUNOS!!!!!!!! Você é especial.

"A gente ouve dizer que a vida do professor é muito sacrificada: muito trabalho, muito estresse, pouco respeito e pouco dinheiro... No entanto, quero que esta cartinha toque o seu coração e a sua mente como uma luzinha no fim do túnel, como uma renovação desta sua esperança latente de que, um dia, finalmente, o mundo saberá reconhecer o valor das suas palavras, da sua abnegada dedicação, do seu árduo, nobre e sagrado trabalho.Eu já estou fazendo isso, acredite!
Com admiração e gratidão."